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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Vou ali e volto já...

Não é nenhuma novidade que volta e meia a coisa pega e acabo dando um tempo aqui no blog para ir tocando a vida, mas as coisas andaram apertando um pouco mais nos últimos tempos...

Depois da minha saída da empresa, mudanças aconteceram, e nem todas para a melhor. Dificuldades financeiras atrasaram com compromissos, mas espero resolver tudo no fim do mês. Mas, alem do emprego novo, surgiram projetos novos, e creio que vou voltar a dar minhas singelas contribuições ao cenário do RPG.

Lembrando que este espaço não é um blog de RPG, e sim de um jogador de RPG, entendem a diferença?

Por isso, creio que vou continuar afastado daqui, mas em breve devo aparecer em outro local e com um novo pessoal, que tem uma proposta fazer algo diferente do que já temos por aí. Vamos ver o que conseguimos...

Para isso, terei que dar um tempo sem vir a Terra do Nunca... obrigado por aparecerem por aqui e pela atenção dispensada a este velho gamer, espero vê-los novamente em breve.

Enquanto isso, fica aqui uma pergunta:

Vocês, jogadores de RPG, fazem metagaming?

abraços a todos!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

RPG E EDUCAÇÃO - VOCÊ CONHECE?


Neste último domingo eu fui mediador de um debate sobre RPG e Educação no Workshop da MegaCorp, creio que o grupo que mais atividades fez em prol da divulgação do RPG no Brasil.

Minha função foi meramente decorativa, pois fui desnecessário. Wagner Schmidt e Renato Alves aproveitaram para falar do trabalho deles e tirar dúvidas do público presente. Mas em cada palestra dessas que eu vou, fica sempre as impressão de que o público RPGista NÃO TEM NOÇÃO NENHUMA do que é o uso do RPG na educação. E ainda tem aqueles que "engoliram" a "FASCINANTE AFIRMAÇÂO" de que esse assunto foi criado para defender o RPG. Sobre isso prefiro nem falar nada, mas vários impropérios vem a minha mente...

Lembrei de duas atividades que fizemos numa escola da Zona Sul de São Paulo. A diretora precisava de uma atividade que entusiasmasse as crianças para as aulas de sábado, e levamos uma aventura criada para o 4 simpósio RPG e educação. As crianças adorararam a aventura baseada no universo de Harry Potter, com dragões e harpias, e ainda descobriram (sim, descobriram!) como funcionam as estações do ano.


E esse tipo de atividade na escola ajuda aos professores, aos alunos e ainda divulga a prática do RPG. Então, as minha dúvidas: Por que tão poucos tentam um trabalho em escolas? E por que o RPG e educação é tão desconhecido pelos jogadores, a ponto de passarem impressões errôneas a respeito? De quem é a culpa?

Depois eu falo mais...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Mistério & Horror RPG e Ludus Culturalis



Neste fim de semana rolou muita coisa pra mim, mas uma discussão interessante me deixou indeciso...

Bom, e tivemos o V Mistério & Horror RPG! Infelizmente, mesmo tendo solicitado o espaço com UM ANO de antecedência, somente tivemos a confirmação com UMA SEMANA de antecedência. E o resultado foi o esperado, com a mínima divulgação que tivemos muito em cima da hora. Se já é difícil chamar público para eventos com uma certa antecedência, imagina neste caso. Uma pena, já que o Halloween no Mundo das Trevas do ano passado tinha me deixado com esperanças de um evento realmente empolgante para este ano... fiquei na vontade!

Por outro lado, além de uma aquisição de vários packs de Crimson Skies devido a uma mega-promoção na Terramédia, tive o prazer de reencontrar meu amigo Diego Klautau, um dos professores da área do RPG e educação. Sempre que o encontro e ele me comenta do seu trabalho, sinto-me profundamente ignorante! É uma delícia ouvir pessoas que REALMENTE entendem do assunto que estão discursando, ao contrário de alguns por aí, que querem se tornar famosos antes de aprender o be-a-bá!

E nessa conversa, inevitavelmente o assunto LUDUS veio a tona. Eu acho intrigante como mesmo quase dois anos depois de sair da presidência da entidade, meu nome ainda esteja tão ligado ao assunto. Aproveitei para perguntar então qual seria a importância da LUDUS no atual cenário e se haveria necessidade ainda dela existir. A conversa entre Diego, Marcelo Leite, Leandro Fernandes e eu foi um tanto longa, coincidindo com uma troca de e-mails entre os outros diretores da Ludus poucas semanas atrás. E o que percebi foi que o espaço deixado pela LUDUS não foi preenchido.

Embora muitos achassem que o papel da LUDUS era defender o RPG contra acusações difamatórias, esse nunca foi uma das metas da entidade, embora tivessemos que nos manifestar várias vezes em diversas entrevistas e palestras. Também não tinhamos o objetivo de promover eventos de RPG para alavancar o hobby, embora tivessemos exercido esse papel em algumas ocasiões.

O objetivo da LUDUS era promover qualidade de educação através de estatégias lúdicas, a ainda estimular a discussão sobre o uso do RPG na educação e seus possíveis benefícios a sociedade.

E fica a pergunta que martela em minha mente, ainda é necessária a LUDUS CULTURALIS?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Brincando e aprendendo

Recentemente troquei e-mails com Trevisan sobre RPG e Educação. Engraçado como mesmo não sendo mais presidente da LUDUS CULTURALIS ainda sou procurado por causa desse assunto...



Infelizmente o site da LUDUS CULTURALIS ainda esta fora do ar, e a sua nova estrutura ainda não esta pronta. Eu tenho muito, mas muito orgulho mesmo do tempo em que presidi a entidade, mesmo com toda a dor de cabeça que foi cuidar de uma associação cujo objetivo era melhoria de qualidade da educação através do uso de jogos. Podem bem prever o quanto empresas e poder público estão interessados em providenciar verba para esses assuntos...

Vou aproveitar e colocar aqui um texto que escrevi para o fanzine do meu amigo Felipe Pacca e depois foi republicada na RPG online. O texto foi redigido para que os jogadores de RPG entendessem melhor o que é esse tal RPG e educação...



Brincando e Aprendendo

Sempre que em algum veículo da mídia aparece alguma acusação contra o RPG, os jogadores prontamente rebatem as acusações, mesmo que em alguns casos elas não sejam bem claras. Muitas vezes o procedimento é “responder primeiro e depois tentar entender o que foi dito”, outras nem se tenta entender, e por aí vai. Mas, em 90% das vezes, nosso bravo defensor do RPG fala sobre o RPG como excelente forma de ajudar no aprendizado, já tendo sido comprovada sua eficácia como ferramenta didática.

Bem, o problema é exatamente como se aplica o RPG na educação? Muita gente fala sobre isso, mas poucos tentam explicar (porque menos pessoas ainda saberiam explicar de fato) como isso funciona. Chegam incessantemente e-mails para minha caixa postal com perguntas de como se pode usar RPG para ensinar matemática ou geografia. E não são somente de professores. Mesmo jogadores experientes se atrapalham muito quando interrogados por seus professores sobre como isso pode ser feito. Com a melhor das boas vontades, o jogador cria uma aventura divertida na qual aquele assunto será abordado de uma maneira que muitas vezes não satisfaz o professor, e este acaba achando que o tal uso do RPG na educação é um assunto estéril. Por outro lado, o narrador fica frustrado com seu professor por ele não entender o que o bem intencionado Mestre tentou mostrar. Como é possível essa falta de entendimento mútuo? E como um assunto de que tantos falam a respeito pode ser tão nebuloso?

Quando Albert Einstein visitou os Estados Unidos, Charles Chaplin serviu de anfitrião para o cientista alemão. Quando o povo americano foi às ruas saudar o famoso físico, Chaplin disse a Einstein que o povo amava Chaplin porque conseguia entendê-lo, e a Einstein, porque não conseguiam.

Parece que algo semelhante ocorre com o RPG.

Mas, por incrível que pareça, há muita resistência quanto a essa idéia de usar RPG na sala de aula. Inclusive por jogadores. Já li mensagens de vários jogadores de RPG que são contra isso, pois, na opinião deles, se for levado para a sala de aula, o RPG se tornará chato, apenas mais uma matéria. Há também os educadores que desconhecem o assunto e não vêem como seria possível fazer uma aula em que os alunos vão ficar matando orcs e soltando magias. Ai, ai, ai, que dureza...

Como podemos ver, há um grande mistério em relação a essa coisa de RPG e educação. Parece ser mais fácil achar a toca do vampiro e convencê-lo a assistir com você um belo amanhecer do que entender essa conversa estranha de RPG na sala de aula. Então, chegue mais perto e vamos tentar decifrar esse enigma.

Primeiro, não há propriamente um uso “certo” do RPG em sala de aula. Embora alguns tenham tentado criar “receitas” para uso próprio, não há uma padronização oficial de como usar RPG na educação. São vários os educadores e pesquisadores sérios que podem relatar experiências diferentes com a utilização do jogo como ferramenta didática. Aliás, talvez o correto seja dizer usar a técnica narrativa do RPG, ao invés do próprio jogo. A diferença entre um e outro é que o jogo de RPG, por mais simples que seja o sistema, tem uma certa complexidade necessária, devido às regras, como criação de personagens, elaboração de testes etc. Já numa sala de aula, isso acaba tomando um tempo precioso, já que uma aula tem um tempo muito mais limitado do que uma sessão de jogo normal.

O professor de física Francisco de Assis usa RPG em suas aulas como meio de tornar os alunos mais participativos e cria aventuras em que os alunos-jogadores acabam descobrindo as leis da física e entendendo melhor como o mundo ao nosso redor funciona. Em suas aventuras, ele não usa nenhum sistema conhecido, apenas o bom e velho roleplay. Francisco, conhecido entre seus amigos como McAssis ou Professor Superman, conseguiu excelentes resultados no aprendizado da Teoria da Relatividade (aposto que Einstein ia se divertir com isso!) usando aventuras fantásticas nas quais aparecem até cavalos que correm à velocidade da luz.

O uso do RPG na educação mais simples de entender é no ensino de história. Experiências como a do educador e pesquisador Carlos Klimick (que os jogadores mais veteranos vão lembrar como autor dos excelentes Desafio dos Bandeirantes e Era do Caos) mostram que fica mais simples entender o porquê de certas atitudes de personagens históricos ao se “participar” desses momentos. Quando os jogadores são habitantes da colônia que têm a “honra” de ser despejados de suas moradias para que a nobreza portuguesa possa morar em suas casas ao desembarcar no Brasil em 1808, fica muito simples entender a “indisposição” dos brasileiros com os recém-chegados. Enquanto não desenvolvem uma televisão que mostre fatos do passado ou a máquina do tempo, o RPG pode ser um meio interessante de passar essas impressões aos alunos. A série MiniGURPS (que poucos sabem, mas é uma experiência autenticamente brasileira) tem cenários históricos interessantes que podem ser usados.

Mencionando o MiniGURPS, mas mudando de matéria, O Resgate de “Retirantes” é um exemplo de como usar RPG no ensino de artes. Durante a aventura, que trata do roubo de um quadro da famosa série Retirantes de Portinari, os jogadores se envolvem numa aventura ao estilo “Carmen Sandiego” atrás de um ladrão de quadros. Durante a aventura, os jogadores acabam aprendendo sobre a vida e a obra de Portinari, enquanto correm atrás do famigerado ladrão. Essa aventura foi criada a pedido do Museu Casa de Portinari, em Brodowski.

Mas as experiências não param por aí. Há diversas experiências com o uso da técnica narrativa do RPG no ensino de matemática, inglês, geografia, folclore, literatura, biologia e outras. Professores como Leandro Villela e Rosângela Basilli empregam essas técnicas com sucesso junto a crianças do ensino fundamental. Já outros, como Marco Ferreira Randi e Rodrigo Moura de Aragão, as utilizam no ensino superior e técnico.

Não se pode deixar de citar o uso do RPG também como ferramenta de treinamento. Felipe Pacca (também conhecido por seus amigos como o cara mais bonito do mundo) foi o idealizador da aventura Teomaquia, utilizada para treinamento de gerentes de produtos da Roche Farmacêutica num evento em Santiago do Chile. Nesse evento, mais de vinte gerentes regionais de toda a América Latina passaram por um treinamento no qual foi utilizado o RPG para trabalhar a criatividade, a cooperação e o planejamento a longo prazo. Elementos fáceis de reconhecer num jogo de RPG, não é?

Diante de tais exemplos, pode parecer estranha a afirmação de que não há uma “receita” para utilizar o RPG na sala de aula. Mas a verdade é que cada professor adapta a ferramenta para sua atividade conforme seu conhecimento e necessidade. Cada professor tem o seu jeito de dar a sua aula, assim como tem conhecimento do que é necessário para a sua classe específica. A realidade de um colégio particular de São Paulo é diferente da de uma escola pública em Crato, no Ceará. Como a aula poderia ser igual? É necessário que seja adaptada para a sua situação. Da mesma maneira, a técnica da narração interativa, como também podemos chamar, o bom e velho hábito de contar histórias de RPG.

Infelizmente, há também certa resistência por parte de alguns contra essa nova técnica. Alguns dos profissionais citados tiveram dificuldades tanto por parte de professores como de diretores quanto a essas “inovações”. Houve quem perdesse o emprego por estar usando o tal “jogo da morte” na escola. Não são somente os jogadores que estão envolvidos no combate à ignorância: professores que conhecem a dinâmica do jogo têm feito a sua parte em esclarecer o público a respeito.

É importante frisar que nenhum professor defende o fim da aula normal. O que esses profissionais fazem é usar mais um recurso para ajudar no aprendizado e estimular a participação do aluno nas atividades. Algumas vezes, essas atividades ocorrem fora do horário de aula, como atividade extracurricular, geralmente muito bem aceita entre os alunos, afinal, quem não gosta de jogos e brincadeiras? Se for possível unir isso ao aprendizado, beleza, certo?

Então faça a sua parte. Divulgue essa idéia. Copie os links a seguir e entregue-os para aquele professor mente aberta que você acha que poderia se interessar. Se for possível, imprima algum material e passe para o orientador ou diretor de sua escola. Por outro lado, se ouvir algum professor escandalizado falando sobre o tal “jogo da morte”, conte para ele que já houve QUATRO Simpósios RPG & Educação. Mostre para ele artigos a respeito e diga que, se há tantos pesquisadores estudando isso, talvez seja interessante ele dar uma olhada...

E já que citei duas vezes Albert Einstein, vamos para a terceira (conhecem o ditado “não há dois sem três”?):

A secretária de Einstein perguntou certa vez ao físico como ela poderia explicar de maneira mais simples a Teoria da Relatividade às diversas pessoas que enviavam cartas com dúvidas. O brilhante alemão sugeriu que ela dissesse aos leitores para se imaginarem sentados no trem ao lado de uma moça bonita durante um minuto. E depois que se imaginassem sentados em cima da boca acesa de um fogão, também durante um minuto. Enquanto o primeiro minuto passaria velozmente, o segundo minuto duraria uma eternidade. Isso era um exemplo de relatividade.

No fundo, é mais ou menos essa a idéia de usar a técnica do RPG na sala de aula. Tornar aqueles minutos que todos os alunos ficam contando, ávidos para acabar, em uma atividade interessante e reveladora.

Vale a pena tentar, não acham?

www.ludusculturalis.org.br
www.historias.interativas.nom.br
www.rpgeduc.com
www.jogodeaprender.com.br

[nota] Texto originalmente publicado no Fanzine O Bardo, Ano 1, nº1, São José do Rio Preto/SP - 20

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

RPG & educação

Para quem gosta do assunto, a RPG Online publicou um texto da Maria do Carmo Zanini com o título RPG na Educação: Desfazendo Mitos . Esse texto foi originalmente publicado na Dragão Brasil quando meu amigo Ninja Sílvio Compagnioni estava à frente desta.

A matéria é interessante e faz parte de uma série de artigos que a MC vai lançar para desfazer alguns conceitos errôneos que muita gente boa tem sobre o assunto. E nestes dias em que pululam "entendidos" no assunto, inclusive em sites de grande visitação...