segunda-feira, 4 de agosto de 2008

RPGs de faroeste... reload!

Este texto eu escrevi para minha página do Multiply, então é possível que alguns aqui já conheçam, mas estou passando ela para o Blogger por causa de minha próxima postagem. Para quem já leu, passe amanhã! Quem ainda não leu, diga o que achou!


Nestes tempos de lançamento de D&D 4 ed, eu estava acompanhando umas discussões sobre tradução de alguns termos do jogo, quando me dei conta de uma fato engraçado: ao contrário da absurda maioria dos jogadores de RPG, eu não conheci o termo "ranger" através de D&D, nem de O Senhor dos Anéis. Meu primeiro contato com a palavra foi pelos filmes de western! Ao dar meus primeiros passos no RPG eu estava muito mais familiarizado com os Texas Rangers do que com Frodo, Aragorn ou Elminster.

O pessoal mais jovem não sabe, mas havia sessões de western na Record, na década de 70, com várias séries, como Gunsmoke, Laredo (foto acima), Bonanza, Os pioneiros, James West (a série, e não o filme do Will Smith) e outras. Isso sem falar nos filmes de Sergio Leone, John Ford e Sam Peckimpah. E, para quem não se satisfazia apenas com filmes, havia os quadrinhos de Tex (lado), Zagor, Ken Parker, Tenente Blueberry, Judas, e outros que continuam saindo até hoje. Tex, criação de Gianluigi Bonelli e Aurelio Galleppini completou, neste ano, 60 anos de publicação ininterrupta na Itália. Até a Marvel e a DC chegaram a criar seus heróis na linha western, como Kid Colt, Rawhide Kid, Jonah Hex, Bat Lash e outros.

Pouco tempo depois de conhecer D&D, Vampiro, a Máscara, Shadowrun e Aventuras Fantásticas, vim a descobrir Deadlands. Como era de se esperar, foi paixão a primeira vista, tanto pela temática de western como pelo seu cenário elaborado e seu sistema de regras dinâmico e fluido. Seguramente é o sistema que mais vezes mestrei até hoje e dificilmente deixará de ser o meu favorito. Ao contrário da bobagem que muitos dizem, o tema western permite infinitas possibilidades de aventuras diferentes, que vão depender apenas dos elementos que forem incluídos no cenário, como a presença ou não de magia e seres sobrenaturais, se é um ambiente histórico ou não, etc.
Quem no Brasil quer jogar RPG de western (ou faroeste, como prefiro) e não domina o idioma inglês tem algumas opções.

Recentemente a Devir publicou o Faroeste Arcano, um cenário de D20 que é o encontro de John Ford com Tolkien, uma grande pedida para quem só conhece D20 e quer jogar algo realmente diferente. Embora não tenha saído em português o suplemento de GURPS Old West, é perfeitamente possível jogar aventuras de faroeste, fantástico ou não, somente com o livro básico. Temos também de Marcelo Paschoalin, 1887, sob o sol do Novo México, suplemento para OPERA, que é uma grande referência na criação de cenário mesmo para quem não conhece o sistema. O pessoal do Nexus D6 também lançou na net um acessório chamado Os Renegados. É possível também usar o RPGQuest da Daemon para jogar aventuras de faroeste, já que há classe de personagem como pistoleiro em seu livro básico.


Já quem não tem dificuldade com a língua inglesa tem uma maior variedade de jogos a disposição. O mais conhecido certamente deve ser Deadlands, da Pinaccle. Com o tema de faroeste bizarro, Deadlands já saiu em 4 versões (original, GURPS, D20 e a nova edição, Deadlands reloaded) e teve direito até a uma continuação em um cenário pós-apocalíptico chamado Hell on Earth. Com toda certeza um dos cenários de RPG mais elaborados que já conheci.

Mas o mundo do RPG não se limita a Deadlands. Há suplementos de cenários conhecidos como o Werewolf Wild West, ou Six Guns & Sorcery, de Castelo Falkenstein. Há também Dogs in The Vineyard, que o Itiro costuma muito mestrar em eventos de RPG. Eu realmente recomendo que aqueles que tenham a oportunidade de jogar não deixem passar a chance. Além do tema exótico do jogo, a mecânica diferenciada do sistema é algo que todo jogador de RPG deveria conhecer antes de falar de Role Play.
Há outros jogos menos conhecidos, como Coyote Trails, Gunslinger & Gamblers, Ghostowns & Gunsmoke,Wizards & Gunslingers, Aces & Eights e uma pérola que será minha primeira resenha aqui, Dust Devils, que me deu uma nova visão sobre como se jogar RPG.

Resumindo, Faroeste é um cenário muito bom para RPG, com diversas possibilidades de aventura, drama, comédia... e nada supera a tensão de um duelo na rua principal, ao pôr do sol, sabendo que alguem não verá o dia amanhecer...
E se mesmo assim você não curtiu a idéia de jogar com pistoleiros, soldados, índios, jogadores, cientistas loucos, shamans, feiticeiros... então esta cidade é pequena demais para nós dois, forasteiro!


Saque!

Jaime Daniel aka. "Big" Bill McLane



Aguardem...

4 comentários:

Johnny Menezes disse...

Olá, Jaime. Estou sempre por aqui e espero que o novo blog faça tanto sucesso quanto o multiply.
Tenho uma pergunta a fazer referente ao tema western.
Você já leu A "Torre Negra", de Stephen King? Se sim, qual jogo você acha que se encaixaria perfeitamente para uma adaptação?
Abraços e sucesso.

Jaime Daniel disse...

Salve Johnny!

Obrigado pelas palavras!

Quanto ao Torre Negra, meu amigo Gabriel me emprestou o primeiro livro da série e ainda não li. Comecei a ler mas tive que parar por algum motivo que não lembro qual é e nunca continuei. Para não falar bobagem, vou tentar lê-lo esta semana e prometo responder depois, OK? Pois tenho a impressão que ele também tem elementos fantásticos, não?
Abção!

Gabriel disse...

Hey Jaime!

Caaaarraaaaaaa... Eu quero jogar Faroente, DeadLands principalmente, mas ta dificil de arranjar os livros, o mestre, e o tempo.

Estranho ver esse post hoje. Acordei pensando no assunto...

Indo à Torre Negra: existem elementos fantásticos! Eu vejo o "cenário" da Torre mais sombrio do que o DeadLands, mas diversos elementos são bem próximos.
Para ser sincero, se pararmos no primeiro livro eu vejo uma adaptação perfeita.

Bom... é isso ai, meu primeiro comentário de muitos por aqui...
Abraços e acertos críticos.

Jaime Daniel disse...

Olha só, acho que vi um Gabriel por aqui...

Talvez até o cenário Hell on Earth seja mais adequado para A Torre Negra, não sei ainda...

Eu tenho uma idéi apara divulgação de novos cenários e sistemas, inclusive estou com contatos de autores indies até para playteste, vamos ver o que acontece...

Abção, Gabriel!