sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Piromaníacos, surpreendam-me, por favor!


Olhando meus posts antigos percebo que a maior parte do que escrevo são textos reativos ou seja, escrevo como reação natural ao que leio ou escuto por aí. Bem, este não irá fugir a essa regra... e como o título já sugere, vamos falar de fogo. Ou talvez seja melhor falar flames?

Frequentar listas, blogs, eventos e papos de boteco é saber que cedo ou tarde, alguem vai tocar em um assunto polêmico e irá acontecer uma discussão acalorada sobre sistemas, escritores ou editoras, com atacantes e defensores ferrenhos com argumentos "avassaladores" e "contundentes" que se atiram no afã do debate sem parar para pensar muito com respeito aos outros ou pesquisar melhor sobre os assuntos debatidos.

Recentemente vi outra discussão em um podcast e, infelizmente, não fiquei surpreso com o que ouvi e li depois. A jogada já é anunciada: ao ler o título você já sabe o que vai ser dito, mas ainda assim espera ser surpreendido. Mas então, pobre de você, descobre que esta se falando mais da mesma coisa.

Eu não vejo problema em discutir de novo certos assuntos. Novas discussões podem servir para entrosar pessoas que desconhecem o assunto. O problema é a repetição ad eternum das mesmas premissas, sem adicionar nada as discussões. Umas das frases mais marcantes da minha vida é "Ninguém é vilão da própria história" e, embora não seja fácil em algumas ocasiões, deveríamos nos nortear mais por esse princípio.

A internet possibilitou que qualquer um com acesso a rede fosse capaz de externar sua opinião para milhões de pessoas que queiram ler, mas isso não isenta (ou não deveria) desse um se responsabilizar por suas declarações. E já há casos de pessoas que foram questionadas legalmente por declarações na internet.


Outro problema interessante é a generalização. A troca dos verbos pode levar o leitor desavisado a uma impressão totalmente errônea. Dizer "eu acho que um carro bateu na rua ontem de noite" é muito diferente de "ontem de noite houve um desastre na rua de casa". Lê-se muito por aí pessoas que colocam impressões pessoais como se fossem verdades já comprovadas e documentadas, sem se preocupar com seus alvos de elogios ou críticas. Alguns nem se preocupam em pesquisar sobre o assunto que discorrem, fazendo deduções empíricas, em geral, condizentes com suas próprias primeiras impressões.

Esse assunto é bem complexo, e não pretendo alongar-me muito neste post, mas vai aqui algumas OPINIÕES MINHAS sobre o assunto do podcast.

- Sobre Dragão Brasil: A revista foi muito importante em sua época, mas acabou ultrapassada. A mídia impressa (alguns com mais sucesso que outros) ainda esta se adaptando a internet, mas uma revista DE RPG naqueles moldes não teria vida longa nos dias de hoje. Mas não há como negar que ela foi importante em sua época, principalmente como iniciativa nacional. Os precursores de uma nova era, com qualidades e defeitos que devem servir para orientar projetos novos. E como muitos, comprei durante anos até que ela parou de ser uma publicação interessante para mim, como eu disse para o próprio Saladino, mas tornou-se mais interessante para outros. Toda publicação tem que definir qual o público-alvo e como cativá-lo. E isso a Dragão Brasil fez.

-Sobre o Trio Tormenta: Conheço muito pouco do Trevisan e esse pouco apenas pelos posts dele nas listas, mas parece ser alguem bem direto no que pensa. Sobre Marcelo Cassaro sei menos ainda, mas parece sofrer de um assédio cansativo tanto por fãs como por destratores, e isso deve realmente cansá-lo. Já Rogério Saladino é um gentleman, muito acessível e simpático, com a vantagem adicional da simpaticíssima Germana. Gostaria de ter mais oportunidades de conversar com ambos...

Já sobre o caso Trio x Telles, acho que não tenho nada de novo para acrescentar ao caso, então seria tempo perdido falar sobre isso. Eu apenas lamento que ninguem queira realmente expor os argumentos de ambas as partes, sem ataques ou injúrias, apenas apresentando fatos e declarações, e que cada um faça seu juízo. Se bem que acho isso realmente desnecessário, inútil mesmo.


Sobre críticas, todos tem direito a dar sua opinião. Mas, para ilustrar o que penso,vou exemplificar. Se eu fizer uma apresentação de tango vou ter dois tipos de críticas:

- Do público em geral, que vai dizer se gostaram ou não
- Dos profissionais da área e entendidos do assunto, que vão analisar minha coreografia e outros aspectos da apresentação.

Qual a crítica que irá realmente me importar? Cada um faz sua escolha.

Ah, sobre os adoradores de flame wars? Hmmm... creio que acabei me afastando do assunto... oras, que queimem nas fogueiras de suas próprias vaidades!

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