sexta-feira, 29 de maio de 2009

Ouro Preto, finalmente uma voz...

Faz muito tempo que tenho acompanhado como posso o caso de Ouro Preto, do bárbaro assassinato de Aline Silveira Soares. Eu cheguei a ser convidado pelo na época presidente da câmara dos vereadores da cidade a participar de um debate, que no final não aconteceu. A LUDUS CULTURALIS chegou a ter acesso aos autos de Ouro Preto e pude ver pessoalmente a barbaridade do caso, que na verdade eram duas:
  • O assassinato BRUTAL e COVARDE de Aline Soares, que foi assassinada com 17 facadas e abandonada em um cemitério de Ouro Preto.

  • A acusação de quatro jovens SEM NENHUMA PROVA, mas que segundo a acusação, eram contumazes jogadores de RPG.

Eu não tenho tempo para falar mais desse assunto, mas planejo fazê-lo mais tarde. Eu nunca consegui falar com nenhum dos acusados, embora tenha inclusive tentado falar com os advogados deles, mas entendo que tiveram que se afastar de toda e qualquer exposição.

Mas eu repetidas vezes me indignei também foram com os jogadores de RPG IRRESPONSÁVEIS, que inúmeras vezes ficaram repetindo por aí que o crime tinha sido cometido por "maus jogadores, bêbados e malucos, que envergonharam o RPG". Embora eu tenha gritado várias vezes, pouco fui escutado. Agora dois dos acusados deram um entrevista onde falam de todas as dificuldades que passaram em todos esses anos, e que ainda não acabaram.

Veja aqui a entrevista


Claro que eles não iriam na entrevista se declarar culpados, mas como já disse, eu li os autos. E diante de tantos absurdos, eu realmente acredito na inocência deles. E se eles forem inocentados, como irão recuperar esses anos de perseguição e execração pública?

Será que todos esses jogadores que ficaram bradando ofensas e maledicências contra eles irão se desculpar?

E por último, e mais importante:

O caso tinha sido arquivado pela polícia em 2002, e o Ministério Público, na pessoa do nosso bravo Fernando Martins(OBS. Como minha esposa me lembrou, para todos os efeitos foi a promotora pública Lucia Trócilo que reabriu o caso. O Procurador apenas se interessou bastante pelo caso...), resolveu reabri-lo para tentar provar que o RPG " é do demônio", sendo ele o principal articulador da classificação etária do RPG. Todo esse tempo dedicado a tentar proibir o RPG, a imprensa tentando falar de todas as formas da terrível ameaça a sociedade que esse jogo apresentava, tantos pais e parentes que atormentavam os jogadores, e estes últimos se revoltando contra a sociedade em resposta a toda essa sandice...

E eu pergunto:

E a Aline?

Aline morreu com 17 facadas, correndo pela vida num cemitério, caindo e tropeçando enquanto o assassino esfaqueava uma, duas três, quatro... até segura-la por trás e degola-la. Morreu aterrorizada e sozinha. Enquanto fala-se tanto de perseguir ou defender o RPG, ninguém pensa que a menina de 18 anos morreu não se sabe por que e nem quem fez isso?

Isso não interessa?

Ninguém diz nada?




Nota: Devido a um problema na edição do post, tive que apaga-lo e publica-lo de novo.

12 comentários:

Anônimo disse...

Talvez seja um pensamento idiota meu, mas eu não costumo e nem gosto de pensar nas pessoas que já morreram [meus parentes próximos, inclusive].
Avalio as consequências dos atos e tento me basear no que restou.

Espero não ser considerado o 'chato' daqui dos comentários, mas tenho uma opinião formada.

Alexandre Nordestinus

Jaime Daniel disse...

salve Alexandre!

Da mesma forma que expresso minha opinião, vc expressa a sua.

SE a Aline tivesse uma morte natural ou num desastre inevitável, eu até concordaria. Mas ela foi assassinada, obviamente contra sua vontade, arrancada da convivência de sua família e amigos.

No meu ponto de vista, somos responsáveis pelo que fazemos e devemos arcar com nossas escolhas. Foi assim que aprendi a lidar com a vida.

Quem fez isso não levou em consideração a garota e nem seu futuro e nem sua família. Decidiu por si só causar a infelicidade de muitas pessoas e provavelmente causou o infortúnio de outros que estão sendo acusados por isso. Eu não acredito que justiça deva depender de se a pessoa esta viva ou não.

E se cada um deve responder pelos atos bons ou maus, eu não consigo pensar em algo pior do que matar propositadamente uma pessoa. É uma ato não somente contra a vítima, mas também contra toda a sociedade, já que demonstra total desprezo pela vida de qualquer um.

Abçs! E valeu pela opinião!

Daniel Nóbrega disse...

Falei sobre o caso de A.S.S algumas vezes no Pensotopia e o que vc enfoca no seu artigo é a indiganção de um cidadão.
O problema é que hoje as pessoas estão mais preocupados em fazer justiça do que praticar bondade.

Ana Fiori disse...

Jaime,
Pelo que eu conversei com a promotora, o caso não tinha sido arquivado de fato, mas passou de mão em mão diversas vezes. A promotora o assumiu em 2004, quando o inquérito estava para passar para as mãos de um delegado da Homicídios de BH

Jaime Daniel disse...

Salve Ana!

Em 2002 a polícia encerrou as investigações, por não ter chegado a nenhuma conclusão. Em 2004 a promotoria resolveu assumir o caso baseado em "novas evidências", que incluia uma pretensa "bíblia satânica" que teria sido achada enterrada não lembro bem onde, mas prõximo do cemitério e outros objetos. Que evidências tão fortes eram essas que anos depois do assassinato justificou a prisão dos acusados? E se eram tão fortes, por que eles foram liberados pouco tempo depois?

Jaime Daniel disse...

E quando vc aparece?

Bjs!

Anônimo disse...

Claro Jaime. Eu não acho que os culpados devam sair impunes. Sou, inclusive, a favor da pena de morte.

Mas infelizmente nossa justiça é falha. Quando algo acontece contra um oficial da lei, a polícia, investigativa e operacional, funciona muito rápido, mas para os civis a coisa é muito diferente. Assim como é diferente para os diferentes níveis sociais.

Quando falei que tento não me importar com as pessoas mortas, me referi às suas duas últimas perguntas. [Isso não interessa? Ninguém diz nada?].

Os responsáveis pelo ato devem ser punidos sim, e severamente, mas infelizmente, depois de tantos anos e, como você citou no caso das "provas fortes", se nada foi resolvido à época, duvido que sirva de alguma coisa agora. Se ela fosse rica ou policial, isso teria sido resolvido rapidamente.

Infelizmente...

Mas é exatamente como você falou. Respeito muito a sua indignação e eu apoiaria qualquer movimento contra esse tipo de atitude. Só não quero ser a "andorinha só", entende...

Até...

Alexandre Nordesrinus

Anônimo disse...

Claro Jaime. Eu não acho que os culpados devam sair impunes. Sou, inclusive, a favor da pena de morte.

Mas infelizmente nossa justiça é falha. Quando algo acontece contra um oficial da lei, a polícia, investigativa e operacional, funciona muito rápido, mas para os civis a coisa é muito diferente. Assim como é diferente para os diferentes níveis sociais.

Quando falei que tento não me importar com as pessoas mortas, me referi às suas duas últimas perguntas. [Isso não interessa? Ninguém diz nada?].

Os responsáveis pelo ato devem ser punidos sim, e severamente, mas infelizmente, depois de tantos anos e, como você citou no caso das "provas fortes", se nada foi resolvido à época, duvido que sirva de alguma coisa agora. Se ela fosse rica ou policial, isso teria sido resolvido rapidamente.

Infelizmente...

Mas é exatamente como você falou. Respeito muito a sua indignação e eu apoiaria qualquer movimento contra esse tipo de atitude. Só não quero ser a "andorinha só", entende...

Até...

Alexandre Nordesrinus

Anônimo disse...

As palavras deles parece bem esclarecedoras, para ter mais base e julgar precisaria ouvir outras testemunhas, outras pessoas da republica, policiais, as colegas de aline... Mas com tanto tempo passado, se não foram eles, quem fez isso já mais que sumiu do mapa!

Ana Fiori disse...

Salve Xaime,

A promotora de fato produziu novas provas. Foi inclusive televisonado quando ela e uns agentes de polícia foram mexer no terreno baldio em 2004 e acharam as roupas da Aline.

Você que leu os autos sabe que as prisões são justificadas por "clamor público", etc. Mas casos de Juri Popular tem prioridade com o(s) réu(s) preso(s), além de ser muito mais rápido para colher depoimentos, porque não se tem que expedir precatória para outras comarcas.

Eu apareço. Juro. Deixa eu me livrar da faculdade. Eu não sou um fantasma... acho.

Anônimo disse...

olá! jaime.

com certeza esse é um assunto extremamente delicado. eu como professor de história sou olhado de lado, quando afirmo na escola que aplico as técnicas de sistemas de RPG para que meus alunos interprete melhor os fatos históricos....

mesmo porque, é por isso que estou fazendo o meu TCC da facul intitulado "o uso do RPG como atividade de ensino na história" (apresento dia 10). tenho um blog que comecei a pouco tempo, e mesmo está parado pela falta de tempo...

mas quanto ao caso...

maldita mídia...

Anônimo disse...

p.s.: gostria de conversar com vc a parte do blog, sobre seu html (cumulus)nuvem de tags...


atenciosamente!
Rapouso